terça-feira, 5 de março de 2013

Copo meio vazio

Sabe quando tudo tá meio estranho? Quando o copo não está meio cheio, mas sim, meio vazio? Eu conheço essa sensação. Tenho muito medo dela. Sempre tive. Na verdade, sempre achei que essa sensação era apenas uma reação minha ao outro. Porém, percebo que não é do outro, é minha. A recorrência dessa sensação, em um momento completamente distinto, me faz pensar que a causa seja eu mesma.

Essa sensação que mistura medo, desapego, um não-querer daquilo que se quer. Negar o que se deseja, partir, deixar, sair. Adeus? Na verdade, o medo é o motivador, os demais são consequência. Oh, medo, medo, medo. Voltando a me assombrar, a me incomodar, não me dá paz, não me deixa dormir. Insegurança, desconfiança, falta de confiança. Estou entrando novamente no limbo de meus sentimentos? Dar as costas, sufocar, desistir?

Depois de todas as barreiras que consegui tirar, depois do esforço em me abrir, em me deixar levar, em querer viver, ser feliz, e conseguir, depois de tudo isso, desistir, abandonar, cegar?

Meu pior problema é o amor. Meu maior medo é amar. Não sei se estou pronta. Não sei se aguento outra decepção. Sempre penso que minha intuição nunca falha. Mas isso é mesmo intuição ou outra coisa? E se for outra coisa, o que é? Mas e se for, como faz? Sufoco, guardo, finjo que não sinto, tento esquecer? Seguir em frente é mesmo isso, é ignorar tudo, fazer cara de forte enquanto se está desmoronando por dentro? É isso mesmo?

Lentamente me dou conta de onde estou, de como sou, daquilo que sinto. E quanto mais eu nego, mais evidente fica. E quanto mais claro, mais medo, mais receio, mais tento me afastar, mais eu quero. Então é isso, é encarar tudo, viver sem medo, se quebrar a cara que se dane, porque a vida é assim mesmo, às vezes amamos, às vezes choramos. Isso? É?

Mas é como dizem, na prática a teoria é outra. E eu tenho medo.


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