segunda-feira, 3 de outubro de 2011

E no fim, tudo é pó.

Existem momentos que o olhar precede a fala. Que apenas um toque diz tudo aquilo que você precisa saber.
Existem momentos que chorar é preciso, e que o silêncio se faz presente.
Existem momentos que precisamos orar, e acreditar que Deus existe, e que ele olha por nós.
Existem momentos que o melhor é ficar quieto, pensando e sofrendo na solidão, mas existem outros momentos que é preciso abraçar quem precisa e dar o ombro para outro chorar.
Existem momentos que nos perguntamos, o que há com a vida? O que fazer dela? Como reagir diante daquilo que o destino nos apresenta?

Eis aqui nada mais que um desabafo de alguém que se depara com a finitude da vida. Por mais que eu saiba que somos seres finitos, o fato de não saber até quando me apavora. Mais ainda que perceber minha própria finitude, me apavora o sentimento de perda de alguém que fez parte da minha vida. A finitude do outro, para mim, é muito mais dolorosa que a minha própria.

Não me perco em questões como "Pra onde vamos? O que será de nós?". Não! Não é isso que busco. E sim, o que será de mim e dos outros quando esse alguém não estiver mais entre nós? Alguém que viveu comigo desde que nasci, que me viu crescer, que me batizou. Como encarar a vida sem esta pessoa? É este fato, em particular, que me intriga.

Talvez seja simplesmente o fato de que, até hoje, aos meus 24 anos, nunca tenha tido uma perda significativa em minha vida. Não tive mesmo. Nenhuma pessoa tão próxima a mim morreu. Meu avô, pessoa na qual me refiro, ainda não morreu. Mas está no hospital. Se sobreviver, ficará com sequelas. Mas é justamente vendo-o nesta situação, que não consigo imaginar nossa família sem ele.

Somos seres finitos. E ponto. E deu. E basta. Somos matéria, que morre a cada dia, e achamos que sabemos alguma coisa pelo simples fato de que pensamos e nos metemos a besta a dar explicações sobre alguma coisa que não conhecemos e que não entendemos. Somos onipotentes, nos vemos como deuses, detendores de nosso destino. Quando na verdade, somos apenas humanos, seres mortais, buscando explicações que nos confortem diante daquilo que mais tememos, o fim de nossa existência. Inventamos uma coisa chamada "livre arbítrio" para nos enganarmos diante de nossa condição, mas aquilo chamado destino sempre bate de frente em nossa vida, quando menos esperamos.

De nada sabemos, e no fim, tudo é pó.