quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SOBRE A GREVE DOS RODOVIÁRIOS

Não me lembro de alguma greve que tenha me afetado tanto. Nem tão longa, nem tão resistente, nem tão forte, nem com tanto apoio de outros movimentos sociais. Não sou contra a greve, acho que qualquer categoria deve lutar e buscar seus direitos.

Obviamente, também estou sofrendo para me locomover na cidade. É ruim ter que pegar lotações cheias, operando acima da capacidade, pagar em dinheiro, e pagar caro! Porém, o que eu escuto são muitas pessoas reclamando dos motoristas e cobradores, que é um absurdo tanto tempo de greve, etc. Acredito que vocês, pessoas, que pensam e concordam com esses pensamentos, estão direcionando sua crítica as pessoas erradas.

Percebam que estamos vivenciando uma luta em que atuam diversos atores, nos quais nenhum quer abrir mão, ceder em prol da cidade. Sejam os trabalhadores por condições melhores de trabalhos, sejam os empresários que visam seu lucro, seja o governo que se abstém. De todos, nós sabemos que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, ou seja, dos trabalhadores. Contudo, o que vemos hoje é o lado mais fraco da corda se fortalecer e bater pé por aquilo que quer.

Em 2013 vivemos em nossa cidade movimentos sociais surgirem com força suficiente para mudar decisões de governo, pressionar setores da economia e essas atitudes ecoam. E não podem deixar de ecoar.

Se você, assim como eu, está descontente com a greve, revolte-se também. Mas revolte-se contra os empresários, contra o governo, contra quem tem poder e dinheiro, contra quem não está nem aí para a greve e contra quem está lucrando muito com essa greve. Pois no fim, tudo sempre volta ao mesmo tema: dinheiro!


Pense nisso!