Não me lembro de alguma
greve que tenha me afetado tanto. Nem tão longa, nem tão resistente, nem tão
forte, nem com tanto apoio de outros movimentos sociais. Não sou contra a
greve, acho que qualquer categoria deve lutar e buscar seus direitos.
Obviamente, também estou
sofrendo para me locomover na cidade. É ruim ter que pegar lotações cheias,
operando acima da capacidade, pagar em dinheiro, e pagar caro! Porém, o que eu
escuto são muitas pessoas reclamando dos motoristas e cobradores, que é um
absurdo tanto tempo de greve, etc. Acredito que vocês, pessoas, que pensam e
concordam com esses pensamentos, estão direcionando sua crítica as pessoas
erradas.
Percebam que estamos
vivenciando uma luta em que atuam diversos atores, nos quais nenhum quer abrir
mão, ceder em prol da cidade. Sejam os trabalhadores por condições melhores de
trabalhos, sejam os empresários que visam seu lucro, seja o governo que se
abstém. De todos, nós sabemos que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco,
ou seja, dos trabalhadores. Contudo, o que vemos hoje é o lado mais fraco da
corda se fortalecer e bater pé por aquilo que quer.
Em 2013 vivemos em nossa
cidade movimentos sociais surgirem com força suficiente para mudar decisões de
governo, pressionar setores da economia e essas atitudes ecoam. E não podem
deixar de ecoar.
Se você, assim como eu,
está descontente com a greve, revolte-se também. Mas revolte-se contra os
empresários, contra o governo, contra quem tem poder e dinheiro, contra quem
não está nem aí para a greve e contra quem está lucrando muito com essa greve.
Pois no fim, tudo sempre volta ao mesmo tema: dinheiro!
Pense nisso!