Sinceramente, desejo que todos os profissionais que trabalham no Hospital Porto Alegre nunca tenham alguma enfermidade que lhes deixem acamados ou debilitados de tal forma que necessitem de cuidados de terceiros ou que precisem de cuidados similares aos que vocês prestam aos pacientes no lugar em que trabalham. Salvo raras exceções, os demais que lá trabalham prestam um serviço de má qualidade, faltando com respeito aos doentes e familiares. Sem o mínimo de sensibilidade e cuidado com o próximo.
Tenho para mim que pessoas que trabalham na área da saúde, principalmente em lugares onde o atendimento de emergência é a prioridade, precisam estar preparados para lidar não somente com as doenças físicas, mas também com as questões psicológicas que envolvem o trato com pessoas. Afinal, todos somos seres humanos.
Nestes últimos dois meses, mais especificamente, desde o dia 2 de outubro, vivo nessa rotina de hospital, diariamente lidando com as equipes médicas e de enfermagem do HPA e o que pude perceber é que estas pessoas escolheram a profissão errada. As condições dos pacientes que lá se encontram são muito delicadas e, por vezes, a debilidade dos enfermos dificulta o trabalho dos técnicos e enfermeiros. Neste sentido, tentei fazer um processo de alteridade, me colocando no lugar deles enquanto profissionais, mas ainda assim, não consigo compreender o que se passa por lá. Tratam a vida das pessoas como se pouco fizesse diferença aquele ser humano estar vivo ou morto. Se lixam para a higiene e cuidados básicos que precisam ter com pacientes, expondo os mesmo a infecções e problemas decorrentes da falta de preparo em lidar com o outro. Não enxergam os pacientes como pessoas e sim como coisas, que estão em cima de uma cama, atrapalhando a roda das fofocas.
Esse ambiente hospitalar em nada auxilia na recuperação, pelo contrário, traz a tona todos os problemas estruturais de uma gerência hospitalar mal organizada, bem como, a falta de critérios na seleção dos profissionais que vão trabalhar lá. Para que as coisas "andem" e para que se tenha algum tipo de atendimento (não é nem "bom" atendimento, só o básico mesmo) é preciso reclamar, xingar e fazer barraco, literalmente! Assim, aos trancos e barrancos as coisas acontecem! É triste essa realidade, ainda mais se pensarmos que não é um hospital público, que não atende ao SUS, somente aos funcionários municipais de Porto Alegre.
Como já citado anteriormente, que todas essas pessoas que lá trabalham e contribuem para o estresse da minha e de várias outras famílias, nunca precisem passar por essa situação que estamos passando. Se lidar com um familiar enfermo é complicado, estressante e cansativo, por outro lado, nos faz valorizar a vida e os seres humanos. Olhar para o outro como um ser, alguém que vive e que merece cuidados para continuar vivendo, alguém que merece qualidade de vida, mesmo em seu quadro de debilidade. Tratar o outro como "coisa" faz com que se percam os valores éticos, profissionais e morais que existem e, principalmente, faz com que se perca um pouco da humanidade que há dentro de nós.
Para os profissionais que fazem valer a máxima que "são raras as exceções, mas existem", a estas, que tenham uma vida maravilhosa. Aos demais desejo respeitosamente que adentrem o órgão genital masculino em seus devidos ânus.
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