sexta-feira, 26 de julho de 2013

Já passou um ano

Já passou um ano. Não digo que parece que foi ontem, pois não há um dia sequer que não tenha pensado em ti. Na minha vida, tua ausência será eternamente sentida. Faz muita falta. A noite mais longa e mais fria de 2012 foi em 26 de julho. Em meus braços eu o carreguei, mas já sem vida. A pressa por um atendimento médico era tanta, que agi com frieza, apesar de meu coração estar despedaçado. Procuramos por médicos como se eles operassem milagres. Não chorei nem por um segundo. Fui firme, fui dura, me tranquei, travei. Talvez o fato de perceber de forma tão clara e tão próxima a finitude da vida tenha me mudado por completo. Uma mudança que hoje considero irreversível.

Hoje passei o dia sentido náuseas. Náuseas de um vazio. Um vazio que jamais será preenchido. Acostumamo-nos a viver com a ausência daqueles que mais amamos. Ela não passa, só lidamos melhor com ela a cada dia. E disfarçamos com sorrisos largos cada pensamento de saudade. Doer não dói, mas não cessa. Está presente, algumas vezes com maior força e intensidade, outras como uma brisa leve e suave a tocar o rosto.

Aprendi a ver as pessoas com maior humanidade, a não dar bola para os problemas, a agir com responsabilidade e, principalmente, a não perder tempo. Passamos muito tempo programando coisas que nunca realizamos. Por quê? Talvez essa tenha sido minha maior lição: viver o hoje. Amar mais, sorrir mais e gritar menos.

Hoje o tempo passa mais rápido do que queremos. Nosso ritmo de vida nos exige a pressa, respostas rápidas e grandes atitudes, grandes decisões, grandes coisas. Quando, na verdade, precisamos de menos, do simples e do descomplicado. Precisamos de abraços, beijos, sorrisos e cafunés. Não precisamos de agendas lotadas, compromissos inadiáveis, 10h de trabalho por dia. Precisamos mesmo é desacelerar. Viver. E cantar. Não importa qual seja o dia.


Sei que muitas pessoas não entendem minha forma de ver e agir no mundo. Não as julgo, até as compreendo. Há um ano atrás não via as coisas da forma como vejo hoje. Hoje consigo ver com maior clareza todas as minhas mudanças. Em meu cotidiano, em minhas atitudes, com meus pares. Até mesmo com meus ímpares. Aprendi muitas coisas, principalmente a valorizar a vida. A minha, a tua, a de todos. Aprendi, acima de tudo, que é possível conciliar nosso pensamento e nossas convicções com nossos atos, basta querer. Aquele que quer e age traz em si o poder de grandes realizações.


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